Panorama internacional

Um aspecto interessante reside na comparação com outros países, principalmente os europeus, em que a tecnologia fotovoltaica já está bastante consolidada, como Alemanha, Itália e França.

O Brasil apresenta um alto nível de irradiação solar e baixa variabilidade mensal em relação a eles, isto é, a variação da irradiação é muito menor ao longo dos meses, levando em conta as diferentes estações do ano. A região sul é a que demonstra um comportamento mais similar aos países europeus, especialmente em termos de variabilidade, uma vez que as variações na duração dos dias no verão e no inverno, por exemplo, são mais significativas. Isso ocorre devido à localização da região, a que apresenta as latitudes mais altas do Brasil (amplitude aproximada de 23º a 34º ao sul do Equador).

Um estudo publicado em 2019 pela rede global REN21 (Rede de Políticas de Energias Renováveis para o século XXI), que trata do compilado do ano anterior, traz um excelente panorama sobre o setor solar fotovoltaico ao redor do mundo. Seguem abaixo algumas infomações extraídas do Relatório Anual da Situação Global das Energias Renováveis para ilustrar a participação das principais nações e o papel dos continentes como um todo nesse mercado.

A geração solar no mundo

Uma análise geral

Em 2018, a energia solar fotovoltaica apresentou mais um ano de forte desenvolvimento em todo o mundo.

Ela foi impulsionada pelo crescimento em países emergentes e houve um aumento na demanda europeia e uma redução geral nos preços, apesar da queda no ritmo de expansão na China. A capacidade mundial fechou o ano em 505 GW, alavancada pelo continente asiático, líder para novas instalações. Tais números mostram que a tecnologia de energia fotovoltaica se tornou a que mais cresce no mundo, com mercados em escala de gigawatt em um número crescente de nações.

Embora ainda sejam necessários suporte e políticas públicas e regulatórias de incentivo para o setor na maioria dos países, o interesse em sistemas energéticos mais competitivos, de melhor eficiência e renováveis está crescendo rapidamente. A categoria de grandes consumidores comerciais desempenhou um papel importante na expansão e implantação de usinas fotovoltaicas e de outras fontes renováveis para suas operações, além da modalidade de autoconsumo, a qual permaneceu como um grande impulsionador do mercado para sistemas de geração distribuída em diversos lugares, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. O Brasil vive algo similar, com a expansão exponencial de sistemas distribuídos, mas em uma escala bem menor.

Outro dado interessante é que ao final de 2018 pelo menos 32 países, representando todas as regiões do globo, possuíam uma capacidade acumulada de pelo menos 1 GW cada um. Nesse sentido, a energia fotovoltaica vem desempenhando um grande e crescente papel na geração de eletricidade para diversas regiões, até na forma de desenvolvimento social e econômico. Somente neste ano, em relação à geração total, a fonte solar respondeu por 12,1% em Honduras, 8,2% na Itália e na Grécia, 7,7% na Alemanha, 6,5% no Japão e uma em cada cinco residências na Austrália produziu ao menos uma parte de sua eletricidade através do sol. Além disso, havia capacidade suficiente em operação em todo o mundo para gerar, por ano, em torno de 640 TWh (640 bilhões de kWh) de eletricidade, o que representa cerca de 2,4% da geração global anual.

Pelo sexto ano seguido a Ásia ofuscou todas as outras regiões em termos de novas instalações, apesar de diminuições nos três principais mercados da região (China, Índia e Japão). No entanto, apenas a China respondeu por cerca de 45% das adições globais, contribuindo para o domínio asiático, seguido pelas Américas em termos continentais, alavancadas pelos norte-americanos. Os cinco principais mercados nacionais, responsáveis ​​por cerca de 78% da capacidade recém-instalada em 2018, foram China, Índia, Estados Unidos, Japão e Austrália, seguidos por Alemanha, México, Coreia do Sul, Turquia e Holanda, os quais responderam, juntos, por 11% das novas implantações.

Por fim, apesar de “novas nações” terem se destacado pelo aumento no número de instalações e consequente capacidade de geração, os países líderes em capacidade acumulada ainda são aqueles “mais tradicionais” e pioneiros do setor, conforme representação abaixo.

É válido destacar que o crescimento global do setor não se restringe apenas a números de novas instalações e capacidade instalada, mas também, ao desenvolvimento de novas tecnologias e processos produtivos. É imprescindível que se tenha como objetivo a otimização de recursos e materiais para que a presença dos sistemas fotovoltaicos se consolide cada vez mais, estabelecendo a fonte solar com uma das mais importantes dentro da matriz energética mundial.

ACESSE O RELATÓRIO COMPLETO MAIS ATUAL DA REN21 (em inglês)
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