No entanto, mesmo sem estar muito visível nas instalações, o cabeamento solar é de extrema importância para o correto funcionamento do sistema, visto que tem como função a condução da corrente elétrica entre módulos, inversores e a distribuição interna do local. Seu dimensionamento deve ser realizado de maneira correta e respeitando as normas, evitando potenciais riscos e problemas na implantação e operação do projeto.
Quando dizemos “cabo solar” acabamos por fazer uma generalização dos cabos envolvidos no sistema, pois todos devem obedecer aos mesmos critérios e certificações de acordo com sua aplicação, mas é importante destacar o papel de cada componente e as funções e características específicas que desempenham dentro do conjunto. Por exemplo: se são destinados às componentes contínua ou alternada, sua capacidade de condução de corrente, a isolação e se devem ser instalados na parte externa ou interna, apresentando resistência às intempéries de instalações ao ar livre, como exposição a raios ultravioletas e chuvas.
Um aspecto importante para o material é a proteção mecânica, principalmente em relação à radiação ultravioleta (caso não haja esta segurança intrínseca, ela deverá estar presente no eletroduto que abrigará o cabo) e à garantia de performance sob altas temperaturas, em especial para os estados do nordeste brasileiro. Com relação aos conectores dos módulos fotovoltaicos, conhecidos como conectores MC4, existem alguns mecanismos de segurança que dificultam bastante sua desconexão, uma vez que estão devidamente interligados. Como se trata de um padrão mundialmente estabelecido, todos os painéis oferecem tal conexão.
Além do cabeamento em si, outro fator de destaque reside nos dispositivos que permitem sua acomodação. Em termos de instalação ao ar livre, os aspectos anteriormente elencados para os cabos devem ser considerados. Já com relação à execução, um bom instalador deve seguir um conjunto de boas práticas para garantir o melhor desempenho durante o maior tempo possível. Dentre elas, destacam-se: fixação que evite fadiga por esforços mecânicos desnecessários, proteção frente a quinas e objetos pontiagudos e cortantes e seleção adequada de abraçadeiras, presilhas, conduítes e eletrodutos. Afinal, diante de uma vida útil para o sistema de ao menos 25 anos, é recomendável que tais elementos demonstrem os mesmos requisitos que os demais componentes, caso contrário depois de alguns anos, sua substituição será obrigatória.
Por fim, a título de conhecimento, a norma brasileira que rege as especificações para os cabos fotovoltaicos de potência é a ABNT NBR 16612, de 2017.